04/09/2007

A História

Dá pelo nome de Casais de Baixo, um dos lugares urbanos principais da freguesia e concelho de Azambuja.
Quem vindo de Lisboa para Azambuja, Cartaxo ou Santarém, depois de passar Vila Nova da Rainha e a zona industrial, encontra uma rotunda com a indicação – Casais dos Britos e Casais de Baixo.
Anda cerca de de 1,2 quilómetro e aí estão os Casais de Baixo.
Aglomerado urbano simpático onde pode encontrar um misto de urbanidade puramente urbana em termos de concentração contínua de edificações e de ruralidade em duas vertentes – a das gerações mais antigas com a sua exploração agrícola de auto-subsistência e as mais recentes, com habitações modernas de gente que aqui procura o sossego e o ambiente rural, longe da poluição dos meios urbanos.
Durante o século XIX e até as primeiras décadas do século XX, os Casais de Baixo não passavam de muito poucas explorações agrícolas em regime de minifúndio intensivo de naturais, com a sua habitação e anexos que aquele tipo de exploração exigiam.
Aos poucos, foi-se-lhes juntando gente provinda tanto do Norte como do Sul, fruto das migrações sazonais de mão-de-obra agrícola, que para aqui vinham na monda, na ceifa e noutras ocupações que anual e ciclicamente davam às famílias o que a sua terra de origem não lhes propiciava. Ratinhos das Beiras, alentejanos e ribatejanos, avieiros, ovarinos, cagaréus e tantos outros, foram ficando e criando entre eles laços de vizinhança e miscegeneração social e cultural, geradora de uma identidade e cultura que se começa a revelar com subtis características de cultura específica - a «cultura casaleira».
Não andaremos longe da verdade ao avançar com a hipótese plausível de que a este primeiro ciclo de fixação humana que está na génese do lugar, se sucederam dois outros ciclos de desenvolvimento:
Um primeiro em meados do século XX, a que corresponde o início do ciclo da industrialização circunvizinha, com a transformação da mão-de-obra rural e operariado industrial. Gente habituada a viver da e na agricultura, encontrou na periferia da Vila de Azambuja as condições ideais para prosseguir essa actividade, a par da “nova” profissão que as unidades fabris lhe proporcionavam na melhoria das suas condições de vida, tanto em relação aos seus lugares de origem, como nas novas condições sócio-económicas que aqui vai encontrar.
O segundo movimento de fixação humana e mais recente tem inovadoras características sociais, através de segunda habitação para o sossego de fins-de-semana e férias de citadinos, ou de citadinos que trabalham em meio urbano e a acessibilidade ao lugar lhes permite fazer dele a residência familiar permanente.
Estas características de índole demográfica e de mobilidade não possibilitam avançar com rigor um número total dos seus habitantes, salvo que os seus eleitores com residência oficial são em 2007, 305, como também são difíceis de determinar os seus limites geográficos reais.
Certa e visível é a dinâmica social e cultural da comunidade. O seu desenvolvimento e afirmação próprias estão patentes na criação de instituições e associações de uso colectivo – desde as acessibilidades, os arruamentos e vias de ligação e circulação que serve um povoamento disperso, as infra-estruturas básicas como telefone, energia eléctrica, águas e saneamento, num processo que começou nos anos sessenta do século XX com a escola primária, a Colectividade e a Capela, numa conjugação geradora de sentimentos de pertença e de vontade de ali viver, conviver e visitar, porque ainda se podem encontrar e admirar aprazivelmente, a Natureza e a paisagem.
Esperamos pela sua visita!.